O texto abaixo é de autoria de Daniel Fernandes,
um professor de filosofia e história e amigo meu que teve a bondade de fazer um resumo comentado, especialmente para o Encontrando Alegria,
da obra “A escola dos bárbaros”
Atentas a
todos os passos do desenvolvimento da moderna pedagogia, Isabelle
Stal e Françoise Thom, mostram, de maneira contundente, no livro A
escola dos bárbaros,
que uma explosão
de inovações esquerdizantes, seguida de uma entronização
crescente de falsas ciências e de geringonças pedagógicas no
processo de “renovação dos colégios” afastou
a escola de seus objetivos tradicionais, transformando-a num campo de
experimentação aberto a todas as utopias coletivistas empenhadas na
criação de um “homem novo”.
todos os passos do desenvolvimento da moderna pedagogia, Isabelle
Stal e Françoise Thom, mostram, de maneira contundente, no livro A
escola dos bárbaros,
que uma explosão
de inovações esquerdizantes, seguida de uma entronização
crescente de falsas ciências e de geringonças pedagógicas no
processo de “renovação dos colégios” afastou
a escola de seus objetivos tradicionais, transformando-a num campo de
experimentação aberto a todas as utopias coletivistas empenhadas na
criação de um “homem novo”.
Essencialmente
niveladora, porque não exige nenhum esforço real, a escola,
transformada numa máquina de desaprender, tornou-se um lugar
“mediocrizante”
e “barbarizante”. Mantendo
sempre os olhos fixos no horizonte da igualdade utópica, a nova
pedagogia, inspirada numa lógica socialista, desqualificou o
indivíduo por considerá-lo suporte da desigualdade. O grupo, no
entanto, instrumento de nivelação, passou a ser exaltado a tal
ponto, que se tornou o princípio da revolução pedagógica. O que
importa, não é mais o ato inteligente de aprender, sem o qual nunca
se poderá, realmente, criar, mas tão-somente o de participar, como
todo o grupo.
niveladora, porque não exige nenhum esforço real, a escola,
transformada numa máquina de desaprender, tornou-se um lugar
“mediocrizante”
e “barbarizante”. Mantendo
sempre os olhos fixos no horizonte da igualdade utópica, a nova
pedagogia, inspirada numa lógica socialista, desqualificou o
indivíduo por considerá-lo suporte da desigualdade. O grupo, no
entanto, instrumento de nivelação, passou a ser exaltado a tal
ponto, que se tornou o princípio da revolução pedagógica. O que
importa, não é mais o ato inteligente de aprender, sem o qual nunca
se poderá, realmente, criar, mas tão-somente o de participar, como
todo o grupo.
A
crítica
das autoras é impiedosa, mas justa: a pedagogia moderna tornou-se um
pesadelo a serviço da demolição da escola. A
obra inteira pode ser considerada como
um
‘livro-denúncia’ que enfeixa um sem-número de importantes e
oportunas reflexões críticas sobre a
devastação cultural e psicológica, sem precedentes promovida pelos
cérebros pedagógicos, desde a primeira metade do século XX. A
moderna pedagogia – que se intitulava científica – não mediu
esforços para impor seu
niilismo pedagógico, afastar os alunos das matérias e dos
exercícios verdadeiramente formadores, em proveito de manipulações
sem conceito, como a tecnologia, ou tagarelices sócio-críticas a
serviço de ideologias.
crítica
das autoras é impiedosa, mas justa: a pedagogia moderna tornou-se um
pesadelo a serviço da demolição da escola. A
obra inteira pode ser considerada como
um
‘livro-denúncia’ que enfeixa um sem-número de importantes e
oportunas reflexões críticas sobre a
devastação cultural e psicológica, sem precedentes promovida pelos
cérebros pedagógicos, desde a primeira metade do século XX. A
moderna pedagogia – que se intitulava científica – não mediu
esforços para impor seu
niilismo pedagógico, afastar os alunos das matérias e dos
exercícios verdadeiramente formadores, em proveito de manipulações
sem conceito, como a tecnologia, ou tagarelices sócio-críticas a
serviço de ideologias.
Enquanto
a educação tradicional pretendia controlar elementos tangíveis
como a conduta, conhecimentos e resultados, a nova se arrogava plenos
poderes sobre o espírito e os sentimentos dos alunos. Os
pedagogos progressistas, sob
o pretexto de instaurar na escola uma igualdade real, chegaram,
inexoravelmente, a banir
noções gramaticais de base. A própria linguagem foi colocada sob
suspeita. Todas as práticas, todos os métodos distribuídos pela
pedagogia, passaram a suspeitar da norma culta considerada
infame por revelar disparidades culturais e socioeconômicas entre as
famílias.
Assim,
sob o pretexto de instaurar na escola a igualdade, o ensino é
nivelado por baixo.
Não
por acaso, os resultados da pedagogia progressista, ainda em
andamento, tem sido catastróficos. A
maioria dos alunos dos últimos anos é incapaz de falar, isto é, de
formular um pensamento, por mais simples que seja; logo que os
estudantes têm de sair dos temas da vida corrente e das frases
usadas pelos meios de comunicação, eles se mostram praticamente
afásicos, abordando o domínio do pensamento abstrato como o auxílio
de um lamentável arsenal de onomatopeias e cacoetes grupais.1
Ainda assim, longe
de tirar lições de seus fracassos, os modernos pedagogos
obstinam-se, pensando poder remediar as consequências de uma tolice
pedagógica por outra. Existe aí uma lógica infernal: os
entusiasmos dos pedagogos modernos provocam, nesse campo, desastres
que lançam a máquina pedagógica num ciclo desenfreado, numa
voragem de inovações, precipitando os infelizes alunos num abismo
de ignorância e de perplexidade.”2
por acaso, os resultados da pedagogia progressista, ainda em
andamento, tem sido catastróficos. A
maioria dos alunos dos últimos anos é incapaz de falar, isto é, de
formular um pensamento, por mais simples que seja; logo que os
estudantes têm de sair dos temas da vida corrente e das frases
usadas pelos meios de comunicação, eles se mostram praticamente
afásicos, abordando o domínio do pensamento abstrato como o auxílio
de um lamentável arsenal de onomatopeias e cacoetes grupais.1
Ainda assim, longe
de tirar lições de seus fracassos, os modernos pedagogos
obstinam-se, pensando poder remediar as consequências de uma tolice
pedagógica por outra. Existe aí uma lógica infernal: os
entusiasmos dos pedagogos modernos provocam, nesse campo, desastres
que lançam a máquina pedagógica num ciclo desenfreado, numa
voragem de inovações, precipitando os infelizes alunos num abismo
de ignorância e de perplexidade.”2
Reza
a lenda que, em outubro de 1919, Lênin fez uma visita secreta ao
laboratório do grande fisiologista Pavlov, querendo saber se era
possível controlar o comportamento humano. Seu desejo era que as
massas seguissem um padrão grupal de pensamento e ação. “Há
individualismo demais, na Rússia. Precisamos aboli-las.” Pavlov
mostrou-se chocado. “O senhor gostaria que eu nivelasse a
população da Rússia?” perguntou. “Exatamente”,
respondeu Lenin. “O homem pode ser corrigido, fazendo-se dele o
que se quiser.” Lênin
morreu em
1924, e logo depois, a
nova pedagogia tornaria seu sonho, realidade.
O pedagogo moderno é o engenheiro de almas, como o qual sonhava
Lênin3,
e a nova pedagogia, um crime contra o espírito.
a lenda que, em outubro de 1919, Lênin fez uma visita secreta ao
laboratório do grande fisiologista Pavlov, querendo saber se era
possível controlar o comportamento humano. Seu desejo era que as
massas seguissem um padrão grupal de pensamento e ação. “Há
individualismo demais, na Rússia. Precisamos aboli-las.” Pavlov
mostrou-se chocado. “O senhor gostaria que eu nivelasse a
população da Rússia?” perguntou. “Exatamente”,
respondeu Lenin. “O homem pode ser corrigido, fazendo-se dele o
que se quiser.” Lênin
morreu em
1924, e logo depois, a
nova pedagogia tornaria seu sonho, realidade.
O pedagogo moderno é o engenheiro de almas, como o qual sonhava
Lênin3,
e a nova pedagogia, um crime contra o espírito.
Por
isso mesmo,
A escola dos bárbaros
é leitura obrigatória para educadores e, também, para pais que
desejam, para seus filhos, uma escola sadia e eficiente, a salvo de
ideologias perversas e desastrosas revoluções pedagógicas.
isso mesmo,
A escola dos bárbaros
é leitura obrigatória para educadores e, também, para pais que
desejam, para seus filhos, uma escola sadia e eficiente, a salvo de
ideologias perversas e desastrosas revoluções pedagógicas.
1
Isabelle
Stal e Françoise Thom. A Escola dos Bárbaros. São Paulo: T.A.
Queiroz Editor,
1991, p. 59.
Isabelle
Stal e Françoise Thom. A Escola dos Bárbaros. São Paulo: T.A.
Queiroz Editor,
1991, p. 59.
2
Idem, p. 43.
Idem, p. 43.