Ontem à tarde Chloe teve sua primeira aula de latim. Éramos eu, ela, Benjamin, Nathaniel e o professor, Clístenes Hafner Fernandes, na sala do Instituto Hugo de São Vítor, também conhecido como Confraria de Artes Liberais.

Chloe estava exultante. Antes, durante e após a aula. Mas, confesse, desde o parágrafo anterior você deve estar com uma pergunta na cabeça: “Como, raios, se ensina uma coisa tão antiga (e antiquada?) a uma criança que ainda nem domina a gramática do português?”. Ou talvez você ainda tenha mais outra pergunta: “Por que ensinar justamente o latim?”. 

Em resposta ao primeiro questionamento, digo que não há mistério. Tudo começou com uma pergunta da Chloe, uma pergunta que ela me havia feito em casa e que eu, em lugar de responder, sugeri que a fizesse ao professor: “De onde veio o latim?”. A partir daí o prof. Clístenes teceu uma longa e divertida exposição histórica que encerrou-se minutos depois com o mito de Zeus e Europa. Passado este primeiro momento, Chloe foi apresentada ao primeiro texto latino: alguns pequenos parágrafos com frases elementares. Daí originou-se um pequeno vocabulário e uma leitura em voz alta. Por último, chegou a vez das frases-chave que usamos ao conhecermos alguém: Quem é você?; Quem é o seu pai?; entre outras.

Chloe gostou tanto, mas tanto da aula que ao chegar em casa foi imediatamente rever tudo o que foi visto durante aquela uma hora que passou voando. Ah, sim: Há material didático em língua latina desenvolvido para o aprendizado de crianças. É antigo e difícil de conseguir, mas creio que o professor Clístenes seguirá uma “receita própria”, valendo-se do que há disponível mas também incorporando práticas que sua experiência como professor mostraram ser eficazes.



Eu, de minha parte, fiquei feliz como quem começa a realizar um sonho: o sonho de dar aos meus filhos aquilo que não tive. Embora a frase seja clichê, não me refiro a coisas materiais, pois isso eles terão condições de sobra para conquistar por conta própria se assim o quiserem. Refiro-me àquela educação que não recebi e da qual sinto falta até hoje, uma educação que me vincule com o que de melhor a humanidade já foi e já produziu. Uma educação que chegou até nós, brasileiros, num passado não tão distante, mas que foi abandonada e, hoje, é ridicularizada.


Mas para quem permanece sem entender direito o motivo pelo qual decidimos oferecer o estudo do latim aos nossos filhos, e, portanto, ainda está sem resposta à segunda questão, listo aqui algumas das muitas vantagens que a língua de Cícero oferece:

Precisa de mais razões? 🙂

Se você é aqui de Porto Alegre ou da região metropolitana e tem interesse em oferecer latim à formação dos seus filhos, entre em contato comigo. Terei o prazer em passar-lhe todas as informações sobre as aulas do professor Clístenes. 😉

Resposta de 0

  1. Louvado Seja Deus! Que bom que seus filhos terão acesso a aulas de latim! Ano passado comecei a ensinar em casa aos meus (sem ter aprendido) e foi uma catástrofe, mais pela minha desorganização e falta de método do que pelo interesse das crianças. Esse ano encontrei um livro que julguei muito bom, voltado para alunos do antigo primeiro ano ginasial e que é bem didático e pretendo recomeçar. Se interessar, o nome do livro é Latim para os alunos – primeiro ano, de Carlos Torres Pastorino.

  2. Camila,
    parabéns pela excelente iniciativa para a sua filha. Gostaria de ter aprendido latim, entretanto….
    Ouvi dizer que o Latim ajuda muito nas ciências exatas, por facilitar o aprendizado de Matemática. O prefácio da Gramática Latina de Napoleão Mendes de Almeida discorre sobre isso

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *