Dias atrás publiquei um post que tornou-se bastante compartilhado no facebook. Dizia o seguinte:

Eu
juro que não entendo. O pessoal deixa a criança por duas horas no
cultinho infantil de domingo ou leva a criança à missa uma vez na semana
e, durante o resto do tempo, deixa a criança entregue às novelas, aos
desenhos, aos vídeo games dos mais violentos e esperam ainda que as
criaturinhas sejam discípulas de Cristo! É uma luta MUITO desigual! É
mais ou menos como exercitar-se por 2 horas semanalmente
e nas outras muitas horas entregar-se a todo tipo de comilança! Não
funciona! Não tem como dar certo! Você nunca terá um corpo atlético
desse jeito, assim como seu filho nunca se tornará um cristão se
continuar recebendo essas informações díspares e esse evangelho em
pequenas quantidades. Pais, vocês PRECISAM SE DECIDIR: ou investem para
valer na vida interior e espiritual de suas crianças ou as entreguem de
vez ao mundo. Ou uma coisa, ou outra. O que não é possível, o que é
intolerável é você não oferecer suprimento espiritual adequado e depois
exigir que a criança torne-se um exemplo de cristã assim, do nada. Isso é
pura hipocrisia.

Mas para não ficar apenas na crítica, resolvi deixar aqui mais uma importante dica. Uma das armas mais eficazes na semeadura de bons valores e no auxílio ao desenvolvimento da vida interior das crianças é, sem dúvida, a literatura. Assim, a sugestão deste post é o já mencionado livro “Braz e a primeira comunhão”, da nossa velha conhecida, a excelente Condessa de Ségur.

Trata-se, sem exagero, de um dos textos que mais bela e concretamente descreve a busca da santidade por uma criança. Braz é o exemplo de menino piedoso, ou melhor, de uma rara piedade, aquela piedade comum aos santos, enquanto Júlio é o seu exato oposto. Entre sofrimentos, injustiças, perseguições, lágrimas e dores, vemos Braz conformar-se à cruz de Jesus – mas sem tolices, pieguices ou falsidades, como uma compreensão caricata de santidade poderia fomentar -. Tal conformação produz uma reviravolta das mais profundas e belas em todos ao seu redor, especialmente em Júlio.


Recomendo vivamente o livrinho, especialmente aos pais católicos que têm filhos meninos. Claro, pais protestantes também podem fazer muito bom proveito, desde que façam as distinções e esclarecimentos necessários no tocante à primeira comunhão – sacramento mencionado no título mas que só aparece ao final da obra e rapidamente.
Por último, deixo aqui um dos muitos trechos comoventes da história de Braz e Júlio:
Braz, quase chorando, falou:
– Patrão, Júlio, sou eu que lhes perdôo a injustiça, apesar de valerem tanto e eu, tão pouco. Algum dia a verdade há de aparecer. Quero que saibam desde já que lhes perdoei com toda a sinceridade.
Braz abriu a porta e saiu antes que o conde voltasse a si do espanto que lhe causaram aquelas palavras. Pai e filho ficaram calados. Júlio estava visivelmente constrangido. Era evidente que não tinha a consciência limpa.


Porém,
como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem
não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue
Romanos 10:14

Porém,
como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem
não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue
Romanos 10:14

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  1. Querida Camila, quero deixar aqui o meu agradecimento pelo belo trabalho realizado neste blog. Em especial agradecer a dica do livro "Braz e a Primeira Comunhão". Comecei a lê-lo para as crianças. Eles estão amando, pois se identificam muito com os personagens e com as peripécias infantis. Dezenas de valores que são transmitidos a cada página. Mais uma vez, obrigada! Um super beijo e fiquem com Deus.

  2. Este é mesmo um grande livro, Mari. De todos os que li de autoria da Condessa, "Braz e a primeira comunhão" tornou-se o meu favorito. Fico muito feliz por saber que suas crianças gostaram!

    Um abraço e que Deus os abençoe!

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