Comentário prévio:
Diferentemente do que podem pensar alguns, os EUA também têm enfrentado uma série de graves problemas em seus materiais didáticos. No entanto, lá, ao contrário daqui, os pais reagem, protestam, mobilizam-se e vão às origens do problema, isto é, ao CCSS, órgão que seria o equivalente ao nosso MEC.
Que nos sirvam de inspiração diante dos tantos abusos do Ministério da Educação e Cultura.
por Mary Jo Anderson (tradução: Helena Yoshima)
O distrito estudantil de Newburry, Nova Iorque, retirou um livro da nona série, considerado pelos professores como sendo “pornográfico”. Uma mãe no Arizona iniciou uma avalanche de protestos que forçou escolas do Arizona a retirarem de circulação um livro na decima-primeira série que exibia adolescentes em relação sado-masoquista. Um superintendente de uma escola católica admite que havia dois livros de primeira série, sobre famílias – que incluíam fotos de casais homossexuais – listados no website de currículo acadêmico católico (Common Core Catholic Identity Initiative), um recurso nacional para escolas católicas. Tais livros sobre “famílias” – “The Family Book” e “Who’s in a Family” – foram removidos do site após protesto dos pais.
Por toda a nação, em escolas públicas e católicas, pais e professores encontraram conteúdos sexuais impróprios nos exemplares recomendados pela CCSS – Common Core State Standards (Normas Estatais de Currículo Acadêmico). Em alguns casos o conteúdo ofensivo é retirado. Em outros, é sugerido aos pais opções como ” escolho não participar” para seus filhos. No entanto, a questão que sobressai é, por que tanto material perturbador tem sido elaborado sistematicamente dentro dos textos recomendados pela CCSS (Normas Estatais de Currículo Acadêmico)? Um grupo pequeno de ideólogos não-eleitos deveria ter poder nacional para decidir que americanos da primeira série deveriam ser expostos a “famílias” homossexuais, ou, que alunos da nona série recebam pornografia sob o disfarce de literatura? Estas perguntas e os exemplos listados a seguir clamam por uma analise delicada e cuidadosa dos pais, e um retorno ao controle local dos distritos educacionais.
Sob as exigências do currículo acadêmico de Nova Iorque, trechos do livro “Black Swan Green” são leitura exigida para alunos da nona série. “Black Swan Green” apresenta um garoto de 13 anos como narrador que descreve graficamente as genitais do pai e um ato sexual. Foi-se sugerido que como nem todos os trechos contêm explicitamente material sexual, alguns alunos leriam apenas as partes do livro que foram exigidas. Outros zombam da ideia de que uma vez que os livros estão sob posse dos alunos, o material sexual com gráficos seria ignorado. Realmente, a própria CCSS direciona os professores aos textos na íntegra: “Quando os trechos aparecem, eles servem apenas como substitutos ao texto integral.”. A CCSS exige que os alunos se envolvam com trabalhos complexos informativos e literários; tal complexidade é encontrada melhor nos textos completos, do quem nas passagens de tais textos.
Jen Constablie, uma professora de inglês no distrito estudantil de Newburgh, salientou que esta questão não se limita a apenas um livro problemático. “Pelo menos três dos livros listados nos módulos (currículos), contêm passagens usando linguagem e imagens visuais impróprios, que a maioria das pessoas consideraria pornográficas”, disse Constabile. Outros professores observaram que esta situação e outras semelhantes, são exemplos de falhas sistêmicas nos currículos alinhados a CCSS. O distrito educacional espera devolver um valor de US$6.000,00 de envio dos livros.
A seleção mais alarmante da CCSS é, de longe, o romance “The Bluest Eye”, da autora Toni Morrison, vencedora do prêmio Pulitzer. “The Bluest Eye”, agora banido de vários distritos estudantis, é uma representação explicita de estupro, incesto, violência sexual e pedofilia. O pedófilo, chamado Soaphead Church, declara que Deus é sua inspiração, “Eu trabalho somente através do Senhor. Ele as vezes me usa para ajudar as pessoas.”.
Pior, entretanto, é que o romance é escrito em solidariedade ao pedófilo. Morrison defende sua personagem, e supostamente escreveu a história para que o leitor se torne um “co-conspirador” juntamente ao pedófilo. De acordo com Macey France, co-fundadora do “Stop Common Core Oregon” (Pare o Currículo Acadêmico de Oregon), Morrison, “diz que ela queria que os leitores sentissem como se fossem “con-conspiradores” junto com o estuprador. Ela teve o cuidado de se certificar de nunca apresentar as ações como erradas, com o intuito de mostrar como todas as pessoas têm seus próprios problemas. Ela ainda chega ao ponto de descrever a pedofilia, o estupro e o incesto como “amigável”, “inocente” e “carinhoso”.
Como textos assim são escolhidos?
Do site do CCSS:
“Selecionando textos exemplares
As seguintes amostras de textos servem principalmente para exemplificar o nível de complexidade e qualidade que a Norma exige que se envolvam todos os alunos em determinada faixa de grau. Além disso, eles sugerem a extensão dos textos que os alunos devem ter contato nos tipos de textos exigidos pela Norma. As escolhas devem servir como guias úteis para ajudar os educadores a selecionar textos de complexidade, qualidade e variedade semelhante para suas próprias turmas.”
Nenhum grupo de pais ou professores se opõe a um material de leitura que inclua complexidade e qualidade. A questão com relação aos exemplares escolhidos pela CCSS está relacionada a “variedade” do material e a adequação etária e contextual do mesmo.
O Conselho de Supervisores e Administradores Escolares (Nova Iorque), que revisou um texto recomendado, “Make Lemonade”, ficou perturbado com o “conteúdo e linguagem sexualmente explícitos” do livro. O romance para jovens adultos é parte do currículo CODEX da Scholastic, que algumas escolas municipais (nova-iorquinas) listaram este ano como parte de sua observância junto ao CCSS. Algumas passagens “preocuparam membros da união, incluindo debates de sexo e drogas,” diz a porta-voz, Antoinette Isable-Jones. Isable-Jones também disse que a união dos diretores buscou mais informações sobre quem e como a cidade escolheu os materiais recomendados para as escolas.
Foi dito aos membros que “Make Lemonade” é uma opção e que os pais tinham liberdade de expressar suas preocupações aos respectivos diretores. “O romance tem sido altamente indicado para as séries de sexto ao oitavo ano e é apenas um entre muitos romances dentre os quais os professores podem escolher para material de leitura”, observou Erin Hughes, porta-voz do Departamento de Educação da cidade de Nova Iorque.
Em outro lado do país, Buena High School em Sierra Vista, Arizona, reconheceu a pressão dos pais e removeu o romance sexualmente explicito, “Dreaming in Cuban” de Cristina Garcia. “Dreaming in Cuban” inclui passagens sado-masoquistas. O romance é também um “texto exemplar” na CCSS. Além disso, juntamente com o estudo deste romance, professores e alunos são orientados a visitarem um site que apresenta uma entrevista com Garcia sobre seu mais novo livro – considerado pelos pais ainda mais perturbador.
O livro de Garcia está entre vários outros, os quais os oficiais das escolas sugeriram que os pais simplesmente enviassem um formulário “escolho não participar” em nome de seus alunos, caso fossem contra a seleção. Mas poucos pais são tão inocentes a ponto de pensar que um livro aprovado pela escola, que retrata sexo violento entre adolescentes, não terá efeito algum em ambiente escolar mais amplo. Um pai observou, “Minha filha se misturará socialmente com seus colegas, que absorveram tal livro, mesmo que ela mesma não o tenha lido. Como ela estará protegida da influência daquele livro sob seus amigos?”. Outros ainda se preocupam com o aumento de queixas de sexo entre professores e alunos, e o efeito que um material tão erótico possa ter sob os alunos.
As escolas, especialmente as públicas, já são ambientes de alto risco em algumas comunidades, que têm lutado para controlar as drogas, o bullying e a violência. Tais textos aumentam a violência, gravidez precoce, e uso de drogas entre as crianças vulneráveis e suscetíveis? Tais romances podem ser entendidos como educacionais? Um pai chocado observou que o conteúdo em “Dreaming in Cuban”, se filmado, seria classificado como R-17; mas como é listado pela CCSS, ele é usado nas escolas em “aulas” para adolescentes de 15 anos.
De acordo com um relato para a September Associate Press, Barbara Hansen, anteriormente professora de ensino fundamental em Sierra Vista, descreveu o livro para os oficiais da escola como “pornografia infantil”. “Nós estamos agredindo suas almas com este tipo de material. É um deboche, e simplesmente não é digno dos nossos alunos”, Hansen disse.
Superintendente escolar, Kriss Hagerl, explicou que se o distrito conhecesse o conteúdo dos livros, eles teriam pedido aos professores que escolhessem uma alternativa. “Aprendemos uma lição com isso, e vamos nos certificar de fazer ajustes para que isso não se repita”, Hagerl declarou.
Mas isto acontece. Pais e professores preocupados vêem um padrão. Quando material gráfico ofensivo é levado aos oficiais das escolas, ele é frequentemente removido. Mais frequentemente ainda, no entanto, os oficiais tentam “educar” os pais defendendo a escolha como parte de uma fundação literária ampla que tem o intuito de apresentar aos alunos os ganhadores de prêmios Nobel (Morrison) ou perspectivas multiculturais (Latino e Black). E alguns oficiais mesmo, se sentem pressionados a defender os exemplares da CCSS como parte de sua identidade profissional.
As profundas falhas no sistema de currículo acadêmico e seus exemplares serve para lembrar os cidadãos da sabedoria na Décima Emenda. Educação pertence ao Estado; a comunidade local, onde os padrões da comunidade são melhores decididos pelas pessoas que conhecem seus moradores companheiros.
Uma CCSS nacional, centralizada, inexplicável e sem identidade não conhece nossos filhos. Ela caminha sob uma teoria não comprovada de reforma e experimentação social. Seu objetivo é um trabalhador americano padronizado – uma unidade de trabalhador com tecnologia “ligar e usar”. Nosso objetivo é uma pessoa pensante, um cidadão com educação, cultura.
Texto original extraído do site Crisis magazine.
Sobre a autora:
Mary Jo Anderson é jornalista católica, e palestrante. Ela tem sido convidada frequente de “Abundant Life”, um programa de televisão EWTN, e seu programa de rádio “Global Watch” é ouvido em rádios afiliadas EWTN nacionalmente. Ela escreve regularmente para a revista “Crisis” e é uma correspondente contribuinte para WorldnetDaily.com. Mais artigos e comentários podem ser encontrados em Properly Scared e em Women for Faith and Family. Mary Jo faz parte do conselho de Women for Faith and Family e serviu no Conselho de Diretores Legatus. Com o co-autor Robin Bernhoft, ela escreveu “Male and Female He Made Them: Questions and Answers about Marriage and Same-Sex Unions”, publicado em 2005 pela Catholic Answers. Em 2003, Mary Jo foi convidada pela República Tcheca para discursar a parlamentares sobre o impacto do Feminismo Radical em Democracias Emergentes.