Os minutos foram passando e eu, com a cabeça pesada, nem conseguia escrever. A agonia foi crescendo ao ver os talheres limpos acabando, as canecas e copos sujos, a máquina de lavar roupas enchendo e enchendo, o chão de toda a casa implorando por um aspirador e por aí vai. Não, não se engane: estou quilômetros atrás daquelas mães que a casa está sempre um brinco, ainda não me tornei uma Martha Stewart em matéria de eficiência, mas ver o acúmulo de coisas foi me deixando rabugenta e impaciente, especialmente com as crianças.
De repente, porém, na sexta-feira, Deus socorreu-me em meio à minha insensatez, ocorrendo-me, então, o seguinte: para quê a agonia, o mau-humor, a impaciência? No que elas me ajudariam? Respirei fundo (modo de falar, já que ninguém que está congestionado consegue respirar fundo =/ ) e descansei. Pensei comigo mesma: quer saber?, ninguém vai morrer por causa da bagunça, mas talvez alguém nasça antes do tempo se eu não me acalmar, então, vou tratar de fazer o que é seguro (e autorizado =) ) e aproveitar para descansar.
A Chloe, querida, mais uma vez ajudou-me no que pode, aumentando até mesmo a dose de paciência com o Benjamin. Fiz um almocinho simples, mas caprichado, acompanhado de suco natural e com direito a nega-maluca de sobremesa. Dormi por duas horas durante a tarde, sem que as crianças brigassem, sem que a fralda do Benjamin vazasse, sem ninguém vir reclamar de fome e pedir ajudar para pegar/fazer alguma coisa. Acordei mais bem disposta e mais em paz. No sábado, já bem mais disposta, apesar de ainda doente, consegui organizar/limpar algumas coisas, o que reforçou meu bom ânimo e deu outro aspecto para a casa. À tardinha minha cunhada veio para passar o final de semana conosco, o que é de grande ajuda, pois ela e as crianças se amam muito e passam horas brincando.
Olhei para trás e vi como Deus cuidou de tudo desde sempre, como desde o início Ele esteve me amparando, como mesmo nos meus momentos de intolerância comigo mesma e de falta de paciência com as crianças Ele me ajudou. Repassei os fatos e vi que desde quarta-feira, quando comecei a sentir-me debilitada, não estive sozinha, mas contei com a ajuda de uma irmã da igreja, a Elke, que se ofereceu para levar os pequenos para brincar à tarde (sem o que eu não teria descansado nem conseguido terminar o post sobre “Maquiaval pedagogo”), com as orações de muitas outras pessoas (algumas que nem sequer me conhecem pessoalmente), com a paciência e o carinho de meu marido, com a paciência e o carinho das crianças.
Mais uma vez experimentei a veracidade e o conforto da Palavra de Nosso Senhor ao lembrar que, realmente, “basta a cada dia o seu próprio mal” (Mateus 6:34) e que Nosso Jesus “é o mesmo ontem, hoje e para sempre” (Hebreus 13:8). Assim, a graça que hoje Ele tem para todas nós é perfeitamente suficiente para nos suprir e nos guiar, bastando que Nele confiemos e a Ele nos submetamos.
Que vocês possam, queridas, provar desta mesma verdade, conforto e alívio na nova semana que hoje se inicia.
Um abraço e até o próximo post!