Recebi três comentários
no blog, de ontem para hoje, que me fizeram ver, mais uma vez, que
quando a pessoa não quer entender alguma coisa, pouco importa o que você
diga. E por isso mesmo nem os publiquei, pois minhas respostas não
fariam a menor diferença.

A moça começa falando sobre a
importância da socialização, obviamente como se eu tivesse negado tal
coisa. Ou seja, já começa tomando como pressuposto algo que eu NÃO disse. Em outras palavras: conversa de louco. Mas vamos adiante…

No comentário seguinte, a moça afirma a importância da presença da
criança na escola para o apostolado da criança. Ou seja, o seu filho nem
ao menos conhece de verdade a própria fé dos pais, mas já deve sair
“fazendo apostolado”. Tá “serto”!

Por último, ela fala que
deixar de trabalhar é para “quem pode”, não para quem quer. Disse-me que
se deixasse de trabalhar estaria cometendo um crime contra as crianças.
Só faltou me chamar de “burguesa”.

Algumas respostas que eu daria a essa moça, se tivesse postado os seus comentários, seriam as seguintes:
1. Para começar, não neguei a importância da socialização, mas ela
parece não ter percebido isso. Além disso, a escola não é o único espaço
de socialização possível, ou é?
2. Não sei como uma criança de 5, 6
ou 7 anos poderia ter qualquer consciência sobre “fazer apostolado” se
ela mesma não é madura na fé. As crianças comunicam o que vivem e, neste
sentido, podem dar testemunho de Jesus, mas é só. Claro, Deus pode
utilizar-se disso para falar ao coração de alguém, mas aí é uma questão
que cabe ao Espírito Santo. Parece-me, no entanto, que antes de jogar
sobre a criança uma responsabilidade de “apostolado”, seria bom investir
no ensino da criança a respeito de sua fé. Não por acaso os discípulos
passaram 3 anos inteiros convivendo diariamente com Jesus antes de serem
enviados em missão. E olha que eram homens adultos!
3. Vir falar
sobre o homeschooling ser “coisa de rico” justamente para mim é, no
mínimo, uma falta de respeito. A pessoa não me conhece, não sabe como eu
vivo, não imagina os sacrifícios que fazemos e vem querer me falar em
“crime”! Isso é cuspir na minha cara e na de muitas outras famílias
cristãs que, ao contrário de outras, não confiam somente em si mesmas,
mas, em obediência a Deus e pela fé Nele, contam também com a
providência divina para criar seus filhos. E Ele não nos tem faltado!

4.
Por último, a moça ignora completamente o pé em que a educação MUNDIAL
se encontra, especialmente no tocante aos projetos globalistas que se
valem das mais sórdidas técnicas psicológicas para a destruição da
personalidade das crianças. E isso não a parir dos 7 anos de idade, mas
desde o nascimento!

Enfim, é um gigantesco pé no saco receber
uma “aulinha gratuita” de gente arrogante quem não me conhece, não sabe
do que está falando e ainda usa de pseudo-motivos religiosos para
colocar os filhos em um sério risco.

Que Deus tenha misericórdia dessas crianças.

Resposta de 0

  1. E o pior Camila, é que esse tipo de gente não procura nem estudar a própria pedagogia (digo a pedagogia de verdade e não essa formação de militantes que são os cursos de graduação) e ver que vários estudos já mostram a eficácia da educação domiciliar, principalmente na infância.

    Além disso, o mesmo tipo de gente que diz que a mãe ficar em casa é para quem pode, diz que só pode ter no máximo dois filhos. Pois eu digo, que essa gente realmente não pode: não pode abrir mão de confortos fáceis, não pode dar o salto da fé de não confiar só em si mesmo, mas contar também com a Providência, não pode ser generoso nem com a própria família. E francamente, eu sou casada e dona-de-casa (ainda sem filhos), e é tanta critica e perseguição que se sofre que jamais escolheria essa vida simplesmente porque POSSO, mas porque definitivamente QUERO; e para quem quer realmente, sempre dá-se um jeito.

    Fez muito bem em não publicar, pois se mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo resistia aos soberbos, você tem todo direito de fazê-lo.

    Fique com Deus! Um abraço.

  2. Ufa! Fico muito aliviada com todos os seus argumentos, Camila.
    Recentemente retiramos nossas duas filhas (de 2 e 3 anos) da escola em que estudaram e matriculamos em uma franquia da Espanha, aqui chamada Arethê ("excelência" em grego). Depois de muito pesquisar confirmamos tratar-se de uma escola católica, dirigida por pais leigos, aonde todos os professores são católicos e verdadeiramente professam sua fé. Existem imagens de Nossa Senhora em todas as salas de aula, com orações em diversos momentos do dia.
    Somos servidores públicos e depois de estarmos com nosso filho já adulto, resolvemos começar tudo de novo…
    Ele estudou em outro colégio dito católico, que só atrapalhou a formação que transmitíamos em casa. Hoje, felizmente, somos os padrinhos de nossa neta, e filho e nora sabem o quanto a fé em Deus é preciosa em nossas vidas.
    Não iremos deixar nossos trabalhos, pois em pouco tempo estaremos aposentados. Será uma benção! Poderemos nos dedicar melhor à formação de nossas filhas e auxiliar na criação de nossa neta no que mais importa: viver como Jesus.

  3. A única resposta que aquela senhora precisa na verdade é que primeiro leia o "Maquiavel Pedagogo", depois venha discutir suas impressões sobre o livro. Sem uma base de conhecimento comum, sólida, embora mínima, sobre a qual discutir não há nem por que entrar no mérito. Essa pessoa certamente entende a palavra "socialização" de um jeito bem diferente daquele da elite globalista, sequer suspeitando ela do que será de suas crianças, se é que as tem.

  4. Camila,
    Sou professora, e como tal estou presa em cima de um muro muito alto. De um lado observo as qualidades da educação domiciliar e sonho em, quem sabe um dia, implantar em minha própria família. E do outro vejo meu sustento, minha profissão – que confirma parte da minha identidade – e meu próprio trabalho: meu esforço diário em dar meu melhor, atenta e cuidadosa em relação a qualquer doutrina que possa ser repassada sem que eu sequer perceba.
    Graças a Deus trabalho numa escola – que considero – muito boa. Católica, de valores e virtudes, e muito preocupada com a excelência acadêmica das crianças. Mas é lógico que não é e nem nunca será perfeita.
    Minha dúvida e medo em relação ao homeschooling não é essa balela de socialização, afinal eu concordo que muitas crianças mal educadas por suas famílias acabam sendo má influencia para as bem educadas. Eu fico pensando mesmo é no desenvolvimento fisíco das crianças.
    No seu caso, vocês praticam algum esporte? levam em alguma aula especial?
    Digo isso pois em meus estudos recentes – e inclusive relacionados com esta escola em que trabalho – tenho aprendido muito sobre a relação entre o desenvolvimento físico e mental. E até sobre a relação de determinados exercícios físicos com a ativação e fortalecimento de conexões neuronais importantes para a futura aprendizagem.
    Enfim. Queria saber um pouco sobre sua experiencia.
    Fico feliz de ver sua família se desenvolvendo tão lindamente. Parabéns e Deus continue abençoando!!

  5. Oi, Muriel!

    Primeiro, desculpe minha demora em responder-te, mas você pode imaginar como são as coisas por aqui. 😉

    Bem, a questão das atividades físicas é algo que tem mudado bastante para mim. Eu nunca pratiquei esporte algum, além da educação física tradicional, na escola. E como nunca estudei a respeito, acabei não dando a devida importância a este aspecto da formação das crianças.

    Felizmente, como disse acima, as coisas estão mudando. Tenho buscado mais informações a respeito (e o prof. Carlos Nadalim tem um papel fundamental nisso) e finalmente começo a compreender a importância do investimento nesta área.

    Aqui, onde nós atualmente residimos, finalmente as crianças têm espaço para correr, para pegar sol, para mexer na terra, ainda que esteja longe do ideal. Tenho feito alguns exercícios do curso "Como ensinar os seus filhos a ler" vejo as melhorias, especialmente no desenvolvimento do Benjamin.

    Em breve, se Deus quiser, conseguiremos matricular a Chloe numa atividade esportiva, provavelmente ginástica artística. Se der certo, em seguida vocês receberão mais notícias aqui no blog. 😉

    Um abraço e fique com Deus!

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