Neste ano comemora-se os 150 anos de nascimento de Laura Ingalls Wilder – que era carinhosamente chamada por seu pai de “Meia canequinha de sidra doce meio bebida”, “Canarinho” ou “Espalha brasas” -,
uma das nossas escritoras favoritas e mais constantemente lidas aqui em casa – juntamente com a Condessa de Ségur e Monteiro Lobato.
Conhecida principalmente graças à
série de TV inspirada em seus livros – “Os pioneiros” -, os nove
pequenos volumes que narram desde a sua infância, passando pela adolescência, chegando até aos quatro primeiros anos de casada, relatam a maravilhosa e empolgante vida perfeitamente… normal. Sim, eu sei que soa esquisito colocar as coisas desse modo, mas, de fato, o mais incrível nas obras de Wilder é sua a
capacidade de nos reconectar com a realidade e com um tempo – não tão distante do nosso – em que a cultura popular era fruto de herança e promotora da saúde dos povos – e não de engenharia social para a nossa destruição.
série de TV inspirada em seus livros – “Os pioneiros” -, os nove
pequenos volumes que narram desde a sua infância, passando pela adolescência, chegando até aos quatro primeiros anos de casada, relatam a maravilhosa e empolgante vida perfeitamente… normal. Sim, eu sei que soa esquisito colocar as coisas desse modo, mas, de fato, o mais incrível nas obras de Wilder é sua a
capacidade de nos reconectar com a realidade e com um tempo – não tão distante do nosso – em que a cultura popular era fruto de herança e promotora da saúde dos povos – e não de engenharia social para a nossa destruição.
Nas obras de Laura, somos levados de volta à época da expansão dos Estados Unidos a oeste, já então não mais uma colônia inglesa, mas uma república independente. Em tais livros, mudam-se os locais, pois a família emigra diversas vezes; mudam-se algumas personagens, pois eles afastam-se de parentes e conquistam novos amigos; mudam-se os desafios, por vezes lutando contra nevascas, contra doenças, contra índios e contra furacões; mas há coisas que jamais mudam: a simplicidade da vida, a união familiar, o trabalho duro e o sacrifício constante uns pelos outros.
Assim, é neste sentido que digo que as obras de Wilder nos reconectam à realidade, porque nos permitem vislumbrar uma vida erguida e mantida graças aos esforços dos próprios braços: uma vida muito prática, sem desculpas, sem omissões, sem desistências, sem ressentimentos e sem as facilidades tecnológicas que tanto nos afastam do contato direto com nosso entorno – nos alienando – quanto nos fazem perder a força e o vigor físico e moral.
Costumo dizer que a boa literatura é curativa, pois nos liberta de uma porção de doenças espirituais. E este é precisamente o caso dos livros de Laura Ingalls Wilder, os quais, embora sejam infanto-juvenis, podem ser lidos com grande proveito também por nós, adultos. Ao nos descortinar uma época em que o estilo de vida das pessoas era muito mais simples, modesto e trabalhoso, Laura, provavelmente sem o querer, nos mostra como a “praticidade” moderna termina por nos apalermar e como dela precisamos bem menos do que imaginamos.
Enfim, deixo aqui minhas palavras de incentivo a você que ainda não conhece esses livros (e o link para o primeiro deles), bem como minha gratidão ao testemunho de vida de Laura.
Você pode gostar, Camila!
https://reinodecaissa.blogspot.com.br/2017/08/livro-infantil-de-rewbenio-aborda-xadrez.html
Que legal! Não conhecia esta senhora! Vou tentar adquirir a obra! 😀
Obrigada Camila,por compartilhar!
um beijo
Eram meus livros preferidos quando criança. Pedi muito `a professora na escola (Colegio Santo Amaro, Rio) que fez o "Longo Inverno" leitura obrigatória aquele ano. Nunca imaginei que um dia estaria morando aqui sob o mesmo céu, paisagem e clima da Laura Ingalls! O Chesterton tem um dizer parecido com o seu: “The most extraordinary thing in the world is an ordinary man and an ordinary woman and their ordinary children.” (A coisa mais extraordinaria no mundo seria uma homem e mulher comuns e seus filhos comuns.)