O que publico abaixo são dois posts que escrevi essa semana no facebook — com alguns pequenos acréscimos. Não gosto de ficar replicando aqui o que posto lá, mas como há pessoas que nos acompanham somente pelo blog, achei por bem não deixá-las alheias a estes conteúdos, uma vez que eles (assim como uma infinidade de outros mais que poderiam ser listados também) apontam para uma terrível e cada vez mais acentuada e explícita tendência.

No primeiro post mostro uma campanha de péssimo gosto:



A empresa americana de aviação JetBlue Airways promoveu uma campanha
de sensibilização dos seus passageiros ao choro dos bebês. A estratégia
(válida para um único vôo que serviu como matéria-prima para a produção
de um vídeo) consistiu em dar um desconto de 25% no valor da passagem de
todos os passageiros a cada vez que um bebê chorasse, de modo que se 4
bebês chorassem, todas as passagens sairiam de graça.

Vejam vocês a que ponto chegamos: as pessoas precisam ser subornadas em troca de um pouco de falsa compaixão e pseudo-paciência com bebês de colo.


Sinceramente, não consigo entender como algo assim possa gerar uma
pretensa “sensibilização”. Imagino que, na verdade, quem não está nem aí
para as crianças (ou seja, a maioria das pessoas hoje em dia), deva ter
ficado na torcida para que mais uma delas chorasse, para que mais uma
delas se sentisse mal, para que mais uma delas sofresse algum incômodo. O
que a JetBlue Airways patrocinou foi a monetização do choro das
crianças, e isso passa longe, muito longe de gerar compaixão e
compreensividade em alguém — isso gera apenas sadismo e ganância. A que
ponto chegamos.
 

Por outro lado, é claro que não é divertido. Se mesmo para nós, que somos mulheres e
mães, é cansativo e, para algumas, até irritante, que dirá para homens desconhecidos.
Porém, o normal é que isso faça parte da vida de indivíduos adultos em algum
momento. Ou seja, não se trata (e nem deveria se tratar) de algo
totalmente incomum e intolerável para pessoas normais, maduras e
equilibradas. Além disso, é um incômodo provisório, de curta duração,
não uma tortura que perdura dias sem fim. Resumindo, mesmo sendo
desagradável, é algo com que as pessoas deveriam saber lidar fazendo
valer a idade que possuem, e não reproduzindo o comportamento infantil
de quem precisa de um conforto a mais para suportar um pequeno
sofrimento.

Eu jamais aceitaria um desconto desse tipo.
Muito provavelmente me sentiria até ofendida se me oferecessem algo
assim. Sim, pois eu não mereço recompensa alguma por me portar como uma
adulta e ser compreensiva com bebês que choram e com suas mães que se
esforçam para acalmá-los. Isso não é uma opção, algo pelo qual eu mereça
algum incentivo, estímulo ou pagamento. Isso é o meu dever enquanto ser
humano adulto, que já foi bebê um dia, que já deu trabalho, que já
chorou onde não devia e, sobretudo, que é mãe de quatro filhos. A que
ponto chegamos.

No segundo falo sobre a aprovação da pior lei que poderia haver:

Não poderia haver notícia pior do que esta: no próximo dia 06, o
parlamento canadense irá votar a favor da eutanásia sob quaisquer
condições, isto é, basta que a pessoa
queira morrer, mesmo que não esteja padecendo de um grande e
irremediável sofrimento físico. Mas não é somente isso (como se não
fosse horrível o bastante): em um prazo de 3 anos, a contar da
aprovação da lei, o “benefício” poderá ser estendido a crianças, e com
todo o incentivo e apoio da UNICEF (sim, aquela mesma organização que
você achava que lutava pelos direitos das crianças). Eles entendem que
escolher morrer é um direito que inclui as crianças e que elas não devem
ser ‘discriminadas’ simplesmente por serem mais novas.

Vocês
percebem como uma monstruosidade pode se tornar algo perfeitamente legal
quando se tem uma moral relativista? Vocês percebem como o direito pode
ser converter num instrumento de legitimação da mais pura malignidade
quando descolado de qualquer referência a uma cosmovisão judaico-cristã?
Não pensem vocês que coisas assim acontecem da noite para o dia. Não. A
cada momento em que os indivíduos paulatinamente se afastam de Deus,
que escolhem a moda, a opinião da maioria, a pura e simples mentira e
autoengano, mais um pouco a sociedade cede, mais um pouco ela se
enfraquece, mais um pouco ela se torna refém de agendas que só têm como
objetivo a destruição do ser humano, a única criatura feita à imagem e
semelhança de Deus. Não há saída para o Canadá fora do Cristianismo. Não
há saída para o Ocidente fora do Cristianismo. Não há saída para o ser
humano fora do Cristianismo.

“(…) no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. São João, 16, 33.

Resposta de 0

  1. Os adultos não querem mais sê-lo. Preferem eternizar-se na infância. O que parece ser uma doença derivada do relativismo moral. Tudo é relativo. Vou fugir o quando posso de enfrentar qualquer dor, qualquer desconforto que a vida venha a me oferecer. Como católico, digo também que as pessoas evitam a sua cruz.

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