Hoje foi um dia de pequenas grandes conquistas.
Há tempos Chloe vem demonstrando ainda mais vontade de ajudar nas tarefas de casa e de aprender coisas novas, especialmente cozinhar. Durante toda a semana ela espontaneamente tem lavado a louça do almoço, uma tarefa extra além da arrumação obrigatória do próprio quarto. Hoje, no entanto, como havia tempo, resolvi deixá-la participar um pouco mais dos afazeres culinários e deixei que preparasse sozinha um ovo mexido com queijo que virou um dos acompanhamentos do seu almoço.
Foi com alegria que a vi preparando toda a simples receita com cuidado e felicidade. Na hora de comer o resultado não foi tão ao seu agrado quanto a preparação, de modo que mais ou menos metade do ovo ficou para a mamãe, mas tudo bem. Um passo a mais no caminho da autonomia e da autoconfiança.
À tardinha, outra conquista: Benjamin finalmente conseguiu fazer xixi sem a fralda. Reproduzo aqui o post que fiz lá no facebook:
– Mãe, minha “biga” tá cheia!
– Então faz xixi, Bibi.
– Não consigo!
– Imagina que tu ainda está de fraldinha.
– Mas eu não tô!
– Pensa, imagina a fraldinha…
3 segundos depois: xiiiiii… E um rostinho iluminado de alegria por conseguir fazer xixi como o papai. o/
Agora, diante da tela do computador, chego à mesma conclusão a que cheguei outras vezes, em outras ocasiões, e parafraseio João Batista: é necessário que eles cresçam e eu diminua. Sim. Para que as crianças se desenvolvam é preciso que as deixemos um pouco por conta própria e que nos retraiamos outro pouco, tirando o time de campo e confiando em Deus e na própria natureza para que novas habilidades sejam desenvolvidas e novos patamares sejam atingidos. E como é gratificante ver que, naqueles aspectos em jogo, o cuidado e o preparo até então vigentes estabeleceram uma base sólida a partir da qual a criança pode ir – e de fato vai – mais longe!
Por outro lado, parece-me que muitas vezes o excesso de zelo materno e paterno é na verdade insegurança: um medo de não saber o que fazer se a situação não sair conforme o esperado. E com isso quem mais sai perdendo é a própria criança, que é dificultada em seu crescimento por conta de pais superprotetores.
Sim, sim, tudo isso por causa de um ovo mexido, um xixi no penico e uma janta com as próprias mãos, mas quem de nós pôde dar-se ao luxo de pular tais etapas? 😉