Minha intenção aqui não é redigir uma resenha sobre um livro que eu ainda nem sequer li por completo, mas apenas compartilhar algumas impressões a respeito dos dois primeiros capítulos com outras mães, as quais, assim como eu, interessam-se pelo livro e/ou pelo assunto.
Confesso que logo que terminei de ler a introdução, minha reação foi a de tentar arranjar qualquer desculpa para adiar a leitura completa do livro. Tentei justificar-me lembrando que havia interrompido a leitura do Trivium, que eu estava sempre interrompendo leituras, que o único tempo que tenho para leitura é uma mísera meia hora antes de entrar em coma, digo, de cair no sono, e blá, blá, blá. Quando, porém, percebi que minha justificativa estava assentada sobre os sentimentos de nojo e aversão, compreendi que qualquer desculpa que eu inventasse não tornaria a minha atitude melhor que a de um avestruz, que enfia a cabeça na areia e deixa o traseiro à mostra. Em outras palavras, o fato de eu não querer saber de algo tão pernicioso não faria com que esse algo desaparecesse ou com que ele não viesse a alcançar e prejudicar os meus filhos. Parei, então, de mimimi, e fui ao livro, embora o momento “mulherzinha” não tenha durado mais que umas poucas horas. o/
Como disse, já a introdução é um choque de realidade, pois além de ir direto ao ponto, cita documentos do Parlamento Europeu, da Conferência dos ministros da educação dos estados-membros europeus e até mesmo Lênin. Ou seja, não se trata de uma obra sobre coisas hipotéticas ou falsas nem de “teoria da conspiração”, como gostam de dizer alguns ilustres desinformados, trata-se, sim, da explicitação de uma realidade que, se ainda não é mundial, falta pouco para sê-lo, pois essa é a meta. Enfim, a situação é terrível, comprovadamente terrível, documentadamente terrível. Eis aqui um trechinho:
“Essa revolução pedagógica visa a impor uma ‘ética voltada para a criação de uma nova sociedade’ [citou-se aqui, literalmente, um trecho de um relatório do Parlamento europeu de 1992] e a estabelecer uma sociedade intercultural. A nova ética não é outra coisa senão uma sofisticada representação da utopia comunista. (…) A partir de uma mudança de valores, de uma modificação das atitudes e dos comportamentos, bem como de uma manipulação da cultura, pretende-se levar a cabo a revolução psicológica e, ulteriormente, a revolução social.”
Fica claro, portanto, que a execução da revolução comunista deixou há muito de ser uma mera questão de propaganda, de retórica, ou de armas, tortura e violência. Embora todos estes componentes permaneçam mais ou menos presentes em diferentes contextos, por meio da educação, a qual abandona suas pretensões cognitivas e assume pretensões puramente sociais, aliada aos mais recentes “avanços” em pesquisa psicológica, a revolução pretende brotar do próprio interior dos indivíduos, quando estes forem devidamente expostos e submetidos às técnicas de “melhoria” comportamental.
O capítulo primeiro lista e descreve as mencionadas técnicas de manipulação psicológica. Mais uma vez há uma ampla gama de citações e referências que fundamentam o que diz o autor. São diversas técnicas (Submissão à autoridade, Conformismo, Normas de grupo, Pé na porta, Porta na cara, etc.), todas de uma assustadora simplicidade, mas a que mais me impressionou é a chamada “Dissonância cognitiva” ou “Espiritualismo dialético”. A ideia aqui é inverter a ordem usual do funcionamento psicológico, onde as convicções comumente determinam as ações, fazendo com que uma determinada ação (“sugerida”) de direta oposição às convicções (sejam elas mais ou menos explícitas) seja praticada. O resultado de tal ação é uma tensão psíquica extremamente desconfortável. A pessoa entra em guerra contra si mesma, pois fez algo que normalmente não faria, algo que contraria aquilo em que acredita. Para resolver a tensão, a esmagadora maioria dos submetidos à técnica racionaliza a ação, isto é, encontra algum modo de justificá-la, muitas vezes até passando a ver “o lado positivo”, “a vantagem” daquilo que anteriormente recusavam. Daí em diante para fazer o edifício das convicções e os valores de uma pessoa vir abaixo é questão de tempo.
E para quem porventura possa achar que isso não acontece, que é coisa de ficção científica, lembro aquele recente episódio vivido por um adolescente norte-americano: o rapaz, bem como seus colegas, precisava escrever numa folha o nome Jesus, colocar a folha no chão e pisá-la, relatando, depois, o que sentiam ao fazer aquilo. Preciso dizer mais?
O capítulo segundo mostra como tais técnicas psicológicas ganham um verniz pedagógico, educacional e passam para as salas de aula. Para não dar chance aos incrédulos e ingênuos, vários documentos e livros são citados. Vale lembrar aqui o que eu apontei ao início e que é reforçado ao longo do capítulo: a educação em questão abdicou de suas pretenções cognitivas, de transmissão de conhecimentos acumulados ao longo das gerações, e assume pretensões de “formação” ou “sociais”. Alguém aí lembra dos mantras “formação para a cidadania”, “educação para a liberdade” e assemelhados, ou das atividades multi-inter-trans-disciplinares que tratam de tudo e não tratam de nada? Então…
Para finalizar, uma observação minha: nenhuma documentação citada na obra é de produção recente. Claro, o próprio livro não é de agora. Mas o fato sobre o qual quero chamar a atenção é que as referidas pesquisas psicológicas datam dos anos 70 para cá, enquanto que os documentos pseudo-educacionais redigidos sobre a fundamentação dos experimentos datam da década de 80 para cá, na grande maioria. Ou seja, é muito provável que a maioria dos atuais professores, das mais recentes gerações (graduados a partir da década de 90 e beneficiados pela era da disseminação das novas tecnologias da informação) tenham recebido um processo de formação deste tipo. Assim, em pouco tempo, novas gerações, cada uma mais ignorante que as precedentes, será formada, alheia a tudo o que havia de diferente em tempos idos, ainda que sejam tempos não muito distantes de si.
Resumindo: atualmente, pouco importa se a criança está em uma escola pública ou privada, se o professor é bem ou mal intencionado, esquerdista confesso ou “em cima do muro”, pois se o mestre recebeu uma formação deste tipo, alicerçada sobre tais práticas e fomentada internacionalmente, e se não buscou nada de diferente, muito provavelmente ele aplicará as técnicas descritas por Pascal Bernardin em Maquiavel Pedagogo, com todo o amparo e incentivo do Estado, para própria desgraça, das famílias e da sociedade.
Aos interessados, deixo a sugestão: adquiram o livro e compreendam de verdade o que está acontecendo na educação. Se você não sabe o que está em curso, como saberá como resistir, impedir ou desviar-se?
Eu, de minha parte, continuarei a leitura da obra e os posts a respeito aqui no blog.
Oi,
Rebeca e eu, nós estamos noivos. Também compartilhamos da mesma aversão por "isso que está aí". Nós vamos planejando nossos filhos, nossa futura família e já decidimos que vamos educa-los todos em nossa casa mesmo; ela e eu vamos nos revesar para fazer isso.
Nosso desejo de legar para eles uma vida melhor (mais livre, com menos "ideologias S.A.") é tal que estamos investindo para construir um patrimônio na América do Norte e nos mudarmos para lá assim que possível.
Adoramos o seu blog; nós o lemos assiduamente; desejamos tudo de bom para esse empreendimento e para sua adorável família.
Olá, queridos Rebeca e "eu" ( 😉 )!
Obrigada pelas palavras de incentivo e pelos bons desejos do coração de vocês. Precisamos disso!
Achei muito bom o plano de vocês, seus filhos serão muito beneficiados, e vocês também, ao vê-los nascer e crescer em um contexto melhor e com um norte definido.
Eu e meu marido, infelizmente, não tivemos nada disso, nenhuma orientação, nenhum apoio, só censuras e torcidas contrárias. Estamos, como diz o ditado típico gaúcho, "abrindo mato a facão", isto é, tendo que descobrir as coisas mais ou menos sozinhos. Mas, não fosse isso, e a bondosa mão de Deus a nos conduzir, talvez nem estivéssemos enfrentando o que temos enfrentado e, consequentemente, não estaríamos aqui, compartilhando a nossa vida com vocês. Por isso dou graças a Deus por tudo, a graça e o amor Dele são suficientes. =)
Que Deus os abençoe e os conduza a cada passo para que vocês sejam exemplos encorajadores a outras famílias!
Um abraço!
Camila, lido!
Comentários no nosso bate papo pois ainda me vejo ignorante sobre o assunto.
A única observação que faço é boba e curiosa… Quando você diz "teoria da conspiração" você se refere ao filme do Mel Gibson e Julia Roberts?
Caso não saiba, não tenha visto o filme, sem perder a graça adianto que era tudo verdade! 😉 ou seja, quando uso a expressão TC, não estou desacreditando, pelo contrário! Dou valor, muito valor porque possivelmente, independente de provas, é verdade.
Bjo
<3