Não sei quanto a vocês, queridas leitoras, mas quando encontro uma mulher exemplar, realmente admirável, sinto-me como que “puxada para cima”, desafiada e motivada a tornar-me melhor. E foi isso o que aconteceu sábado à noite, quando nosso pastor indicou-me um trecho da obra Rios de água viva, de Richard Foster, que fala sobre a vida de Susanna Wesley, a mãe dos irmãos Wesley, criadores do Metodismo.

Dêem uma olhada. As coisas pelas quais essa esposa e mãe cristã passou me fizeram corar de vergonha diante dos meus “problemas”. 

Mas chega de papo, vejam os trechinhos que separei:
“Susanna representa os milhões de pessoas que aprenderam a fazer coisas comuns com a consciência do imenso valor delas. Mais tarde em sua vida, Susanna orava: ‘Ajuda-me, Senhor a lembrar que a religião não deve ser restrita à igreja, nem aos aposentos individuais, nem exercida somente em oração e meditação, mas que em qualquer lugar eu estou em tua presença. Sendo assim, que cada palavra e ação minhas tenham conteúdo moral […]. Que todas as felicidades de minha vida venham a me ser úteis e benéficas. Que todas as coisas me sejam instrutivas e me possibilitem exercitar alguma virtude, aprender diariamente e crescer à tua semelhança […] Amém.’ 

Susanna foi antes de tudo mãe. Para ela, a maternidade era um chamado, uma vocatio, que ela assumiu com uma seriedade difícil de ser compreendida hoje. O fato de ter tido dezenove filhos num período de vinte anos, por si só, é difícil de conceber para nós hoje. Na verdade, nove desses filhos não sobreviveram à infância, mas os dez que restaram receberam um cuidado amoroso especial mesmo para aquela época, além da educação escolar. E que educação receberam! Susanna tem sido universalmente elogiada por ter criado uma espécia de ambiente de ‘escola doméstica’ para dar fomação aos filhos todos.

Esse compromisso com a educação dos filhos não era um empreendimento insignificante. Em essência, ela fundou um pequeno internato privado. Todos os filhos, sete meninas e três meninos, já sabiam o alfabeto aos 5 anos e começaram imediatamente a leitura do primeiro capítulo de Gênesis. A partir daí, o plano de ensino doméstico incluía Gramática, História, Matemática, Geografia e Teologia. Samuel, o pai, ajudava de vez em quando com lições sobre os escritores clássicos.

As aulas iam das nove da manhã até o meio-dia e das duas da tarde até as cinco. Apesar dos altos e baixos dessa vida agitada, Susanna menteve esse horário de seis horas por dia ao longo de vinte anos. Todos os dias ela cuidava para que os filhos fizessem as lições, ao mesmo tempo em que cuidava do bebê mais novo, das contas da casa, escrevia cartas e costurava. Além disso, ela sentava-se uma vez por semana com cada filho, indivualmente.

Um aspecto dessa sua personalidade era a excepcional paciência. Certo dia, ao observar a esposa lecionando, Samuel notou que ela repetira vinte vezes uma única parte de uma informação. ‘Admiro sua paciência’, comentou; ‘você disse a mesma coisa vinte vezes para nosso filho.’ Susanna, olhando para cima, sorriu e disse: ‘Se eu tivesse me contentado em mencionar somente dezenove vezes, teria perdido todo o meu trabalho. Foi a vigésima vez que o coroou’.”

Como bem relata o autor, nem tudo foram flores na vida de Susanna: sua filha mais bela e inteligente foi enganada por um conquistador barato e acabou grávida após uma única noite juntos; seu marido, inflexível, jamais reconciliou-se com a filha; um de seus bebês morreu quando a babá adormeceu sobre ele, asfixiando a criança; sua casa pegou fogo duas vezes e, numa delas, quase perdeu um de seus filhos; seu marido não era um bom administrador das finanças da família, de modo que passaram quase toda a vida endividados. No entanto, e aqui vê-se realmente a fibra de que Susanna era feita, nenhuma dessas tristezas e dificuldades da vida fez Susanna afastar-se de Deus, rebelar-se ou negligenciar com suas obrigações.
Vejam mais alguns trechinhos:
“O segredo de sua resistência era uma capaz de enxergar tudo à luz do controle soberano de Deus para o bem; uma esperança que lhe permitia suportar as circunstâncias mais difíceis; e um amor capaz de vencer o mal com o bem.
Veja como Susanna procurava transformar a tragédia em oportunidade para o crescimento espiritual: ‘Ajuda-me, ó Deus, a fazer uso legítimo de todas as decepções e calamidades desta vida de maneira tal que elas aproximem ainda mais o meu coração de ti. Faze que elas afastem de mim o apego às coisas deste mundo e inspirem em minh’alma mais vigor na busca da verdadeira felicidade’. Perceba o realismo cru de Susanna: ‘Já que tenho de encontrar tantas dificuldades, tanta oposição, tantas frustrações e tantas provações diárias de fé e paciência em minha passagem por este mundo, que minha maior sabedoria seja desviar, o máximo possível e da forma mais legítima, minha inclinação para os prazeres transitórios e temporais e dirigi-la para os prazeres mais racionais e mais espirituais que desfrutaremos quando entrarmos no estado de imortalidade’. Observe a sabedoria (adquirida, sem dúvida, com muitos anos de dificuldades) nestas palavras: ‘A melhor preparação que eu conheço para o sofrimento é o cumprimento regular e diligente dos deveres presentes’.”
E então, preparadas para começar uma semana “no drama, mama”? o/
Força, queridas! Nosso Senhor vai adiante de nós! Que O sigamos de perto, não importando a circunstância!
Um beijo!

Resposta de 0

  1. Bela história, lembra muito a da minha avó, que teve 15 filhos, três morreram, e ela foi quem ensinou todos eles a ler e escrever em um sítio na região semi-árida do Nordeste brasileiro. Admiro pessoas assim. <3

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