Dias atrás, durante uma discussão, fui criticada por criticar determinada prática de educação domiciliar. Meu interlocutor afirmava resolutamente que todos os métodos são válidos, tanto ‘x’, quanto ‘y’ e até mesmo ‘z’. Todavia, o que está por trás de tão respeitável e democrática opinião não é a sensatez de um raciocínio ancorado na realidade, mas um não tão explícito relativismo, aquele pensamento que afirma que já não existe certo e errado, bom e mal, melhor e pior, mas apenas o tão adorado ‘diferente’. Ah, o diferente! Quanto mais popular, mais acessível, mais ‘chão’ ele for, tanto melhor, pois um maior número de pessoas poderá ser incluída e aceita na mesma acachapante e uniformizante ‘diferença’! Que lindo! Que coisa mais ‘plural’ — outra palavra adorada. Quer dizer, então, que Viktor Frankl e Burrhus Skinner, Mortimer Adler e Paulo Freire, Paulo Coelho e William Shakespeare, Mc Catra e Vivaldi são todos igualmente válidos? Se é assim, por que motivos a escola não é também tão válida quanto as demais opções educacionais? Se tudo é válido, o que é que ainda vale alguma coisa? Não, que me desculpem os lavados na água lamacenta e contaminada do marxismo, aqueles que morrem de medo de parecerem ‘elitistas’ e com isso perderem a aprovação do grupinho dos voluntariamente distintos como pobres coitados — que de pobres não têm é nada; de coitados, bem, aí eu já não sei e nem é problema meu –: enquanto o sol se levantar, haverá, sim, melhor e pior; haverá certo e errado; haverá bem e mal; tanto quanto há bonito e feio, direita e esquerda, dia e noite. Pouco importa como cada um se sente com relação a estes fatos, pois o sol continuará sendo o centro do nosso sistema, mesmo que você se identifique visceralmente com saturno. O tempo há de mostrar os resultados das escolhas de cada um. Eu, de minha parte, e apesar de toda a minha visível precariedade, escolho seguir pelo já bem conhecido caminho dos antigos: o caminho da tradição, o caminho dos clássicos, o caminho da hierarquia, o caminho da ordem. É o caminho perfeito? Não, não é. Não há obra humana perfeita. Mas certamente há obras bem mais perfeitas que outras. Enfim, eu escolho aquecer-me à luz do sol, como a maioria da humanidade sempre fez, pois saturno… saturno é exótico, mas, não, saturno não aquece nem nunca aquecerá ninguém.
Perfeito!!