É claro que em si mesmas tais coisas não são ruins, não prejudicam
necessariamente o aprendizado. A questão é que todas elas referem-se à forma, não ao conteúdo daquilo que é ensinado. E quando a forma, a aparência, o método torna-se mais importante que aquilo mesmo que é objeto de estudo, então cai-se numa espécie de futilidade educacional, onde pouco importam as coisas mesmas, mas predominam a apoteose, as cores, as luzes, os sons, enfim, o show.
Mas para que haja consolidação é preciso que ocorra a repetição, a tão temida estraga-prazeres desses nossos dias fashions. Sim, refiro-me à velha e boa revisão, ao antigo e antiquado “mais uma vez”. Afinal, quando é que executamos uma atividade à perfeição (ou quase) se não quando a repetimos tantas vezes ao ponto de dominá-la inteiramente, de torná-la parte de nós? Vejo isso dia após dia com a Chloe, quando além de abrir-lhe novas “janelas”, a conduzo pelos já conhecidos cômodos e corredores dos conteúdos conhecidos, para que veja e não esqueça como são as coisas de sempre, podendo, assim, acrescentar novidades ao seu universo sem perder nada daquilo que nele já havia. A repetição é serva fiel da memória, guardiã do passado e ama do futuro.
Assim, deixo aos meus leitores o estímulo (que é também um desafio): sejam divertidos, modernos, lúdicos sempre que isso for possível e conveniente na hora de transmitir o conhecimento, mas nunca, nunca deixem de consolidar, por meio da repetição, aquilo que já foi ensinado. Não sejam reféns, cedendo aos apelos das modas, em prejuízo dos conteúdos. Mozart nunca teria sido Mozart se precisasse relembrar onde ficava a tecla “la” no piano; Da Vinci jamais teria sido Da Vinci se precisasse redescobrir a cada pincelada o resultado da mistura dos pigmentos; Churchill jamais teria sido Churchill se precisasse reaprender a localizar a Alemanha no mapa a cada batalha.
Concordo com você em gênero e número.