perguntam sobre educação sexual para crianças via mensagem privada,
resolvi escrever publicamente o que penso a respeito, na condição de
simples mãe que sou.
Alguém aí acha adequado que se ensine sobre o
mundo do trabalho ou sobre o mercado financeiro para crianças? Não, né.
Pois é, se trabalho e dinheiro fazem parte do universo adulto e não
devem fazer parte das preocupações infantis, quanto mais as questões referentes à sexualidade!
Não é por possuírem órgãos genitais que as crianças têm condições de
tratar de sexo. Aliás, é notório em seus próprios corpos que elas não
têm maturidade física — nem psíquica — para lidar com tais assuntos,
de modo que expô-las a estes conteúdos é um ultraje, um desrespeito e
uma violência. Ao obrigá-las a tratar deste universo, força-se um
amadurecimento fora de tempo com consequências terríveis à sua
personalidade, pois as obriga a tratar de um assunto extremamente
complexo e que envolve a totalidade da pessoa com as precárias
ferramentas que possuem, isto é, com o mero instinto, assim como os
animais.
Por outro lado, há quem afirme que o interesse parte das
crianças, e a estes eu respondo: não há nada mais simples do que
despertar o interesse em uma criança, seja lá sobre o que for. Quando se
submete os pequenos a músicas, roupas, propagandas, programas de TV e
comportamentos hipersexualizados não haverá surpresa em descobri-los
interessados em tais assuntos, embora este seja um interesse
maquiavelicamente forjado por adultos malignos. Em outras palavras, não
acredito que as crianças tenham um interesse natural por sexo, mas elas
podem, sim, ser
Por último, a
Igreja ensina que este é um assunto a respeito do qual o ensino compete
exclusivamente aos pais. Vocês têm, portanto, não somente o direito, mas
o dever de livrar as crianças de quaisquer intromissões neste sentido.
Protejam-nas de influências dessa natureza e vocês verão o interesse
pelo assunto surgir na época certa, quando se avizinha a maturidade
física e psicológica, quando se aproxima a época da responsabilidade, do
trabalho e da conquista do próprio sustento. Aí o assunto poderá ser
tratado como convém, ou seja, com o respeito, a decência e a inserção no
contexto necessário para o desenvolvimento não somente de uma vida
sexual consciente, madura e responsável, mas da própria personalidade.
Obrigada Camila! Cada dia aprendo mais com vc.